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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Além do que meus olhos podem ver (Sim, Los Hermanos!!)

Saí de Cuiabá numa quinta-feira, às 7h30 da noite rumo ao 12º Festival Goiânia Noise, foram 951Km que pareceram bem mais perto, logo por que no dia, viria uma das melhores bandas que esse Brasil já fez. Los Hermanos!! (falo isso seguramente). Fui a viagem inteira pensando no show, e na felicidade da oportunidade de vê-los. A viagem de ônibus foi até rápida, de tão ansioso que eu tava. Cheguei lá por volta das 15h, muito atrasado, pois o festival começava às 18h. Por isso, me apressei ao ponto de chegar no local do evento bem na hora. Quando entrei no “tal” lugar, vi um espaço privilegiado e lotado. O Espaço Cultural Oscar Niemayer, além de grande e sofisticado é novinho! Belos palcos e boas bandas, e ainda uma galera que se mostrava antenada. Minha ansiedade aumentava a cada banda que entrava, pois cada uma que saía, ficava mais perto do grande show da noite, e olha que foram 11 bandas só no dia. Tinha acesso ao Backstage, que é o lugar onde ficam os músicos, e pude observar a movimentação das bandas, os papos, o que acontecia, os jornalistas de lá de “trás”, um lugar belíssimo em festivais, sempre conhecemos pessoas que estão vindo de outros estados, as conversas sempre são sobre musica, cena de cada estado, todo jornalista gosta de falar sobre sua cena, e como é no seu estado (ás vezes, falamos de mulher também), e ainda, experimentamos a solidariedade, dividindo as entrevistas, informações, essas coisas sempre são bem vinda.

Lá pude fazer amigos, onde pudemos trabalhar juntos, trocar experiências e contatos. Conheci pessoas de Fortaleza à Porto Alegre, além de pessoas que movimentam a “midia” da cena Goiana. Tudo estava bom, mas sempre que olhava pro relógio, percebia que o grande momento tava chegando, afinal não é todo dia que a gente vê o show do Los Hermanos não é? Era incrível pensar que daqui a alguns instantes, eu veria essa grandiosa banda. A hora foi passando, quando de repente, me falam que eles já tinham chegado, já fiquei atento, perto da porta do camarim. Passavam os minutos e não saía ninguém, de vez em quando a porta se abria, e alguém saía, e sempre era uma pessoa que nunca tinha visto na vida.

Quando, sem querer, vejo o Amarante passando, conversa com alguém, e logo entrando no camarim novamente, fiquei como uma criança de 8 anos vê um elefante no zoológico, nem lembro como reagi. Depois, como já estava mais calmo, fiquei conversando com alguns músicos, assim me distraí, me liguei na conversa e deixei o tempo passar, quando estou no ápice de uma boa conversa, vejo alguém chegando perto, eu vejo os outros caras olhando pra essa “tal” sombra que chegava perto, quando viro pra ver, era o Gabriel BuBu, o baixista, e ele pára e diz: - Iai cara, tu já tocou? Olhando pra mim, enquanto tomava uma Pepsi, eu digo: - Não!! Não sei por que não falei que não era musico, e sim jornalista, acho que o surto foi tão, que não pensei me nada. Então, outro jornalista do Ceará, Felipe Gurgel, um amigo que fiz durante o festival, e que também toca no Café Colômbia (ótima banda, se valer o comentário), puxou um certo assunto sobre outra banda que o Bubu tocava, ele se entusiasmou e o diálogo foi acontecendo, passando alguns instantes, interrompi e disse: - vamos tirar uma foto? Claro, vamos lá! Animadamente ele respondeu. Nem lembro mais do que aconteceu, só me toquei de verdade quando o vi entrando no camarim novamente. Entusiasmei-me na hora, fiquei mais eufórico ainda, continuei a transitar pelo camarim, a conversa com as outras bandas iam ficando cada vez mais interessantes.

Quando começou o show do Matanza, que antecedia Los Hermanos, fui lá ver um pouco do show, fiquei vendo a agressividade, pois é uma banda de countrycore (é assim mesmo?), quando alguém passa por mim, dou uma olhada, é o Alex, trompetista, fui logo lá e disse: - iai cara (agindo como se conhecesse) e ele disse: Opa, como é que ta? Pô cara, sou teu fã, continuei dizendo. Que legal, obrigado aí, vamos tirar uma foto? Já falei com a máquina na mão. Claro!! Chamei uma mulher que tava do lado e pronto, já tava alegre, pensei, será que alguém vai acreditar? Continuei vendo o show, me divertindo com a galera subindo no palco e se jogando, a todo o momento eu pensava, agora ele morreu!! Nesse momento da noite, eu já tinha visto todos eles transitando, menos o Bruno Medina, que não tinha saído do camarim, até onde tinha visto. De repente vejo um cara que parece muito o Camelo, era o Alex Werner, que é o responsável por toda a produção, desde o agendamento dos shows, até a assessoria de imprensa, cheguei perto dele e disse: Ae Alex!! (ele é o que grava muitas cenas da casa em Petrópolis/RJ, do documentário Além do Que se Vê, que é o bônus do DVD Cine Íris), eu já o conhecia mais ou menos, pois tínhamos trocados vários e-mails, e ele logo me reconheceu, demos uma rápida conversa, mas não foi muito, ele tinha que resolver algumas coisas.

Voltei a ver o show, passa alguns minutos, sem querer olho pro lado, em direção à cortina que separa o palco com o camarim, vejo o Bruno Medina, tecladista, pelo pequeno espaço que estava aberto, na hora chamei o Felipe, e dei à ele a máquina fotográfica, vou em direção a cortina, e a abro num ímpeto, bruscamente, quando vejo todos eles, a melhor banda do Brasil, sentados nos degraus esperando a hora do show, eles estavam conversando e pararam com minha chegada, todos eles, de repente, ficaram me olhando, eu tomei um susto, na hora nem sei o que pensei, tirei todo o fôlego que consegui tirar e disse: - vamos tirar uma foto? O mais engraçado era que eu nem sabia o que falar, acho que tava até de cabeça baixa, embora faça pouquíssimo tempo, nem me lembro muito dessas partes, de tão feliz que eu tava. Sentei do lado, e por alguns segundos estive lá, com os meus maiores ídolos, todos comigo, como amigos, depois levantei, e fui apertar a mão de cada um deles, virei e o Camelo tava me olhando, esperando eu dizer algo: - Obrigado cara, é um prazer imenso de conhecer, disse, ele acenou com a cabeça e disse “valeu”, olhando profundamente nos meus olhos, tinha tanta coisa pra dizer pra eles, mas não conseguia dizer nada. Não sei se é pelo fato de eu amar a banda, mas às vezes, penso que nossa conversa foi telepática, quando apertei sua mão, era como se dissesse pra ele o quanto eles eram importantes pra mim e o quanto a musica deles tinham relevância, e que fazia muita diferença no meu modo de pensar e agir. Em tudo, lembrei dos amigos, do amor, da saudade, de todos os momentos que passei na vida ouvindo cada musica deles, e finalmente, estavam ali, os caras que idealizaram tudo, que criaram aquelas maravilhosas letras e os incríveis arranjos, estavam na minha frente.

Depois de apertar a mão vejo o Amarante olhando pra mim, esperando eu cumprimentá-lo, virei e disse: Cara, nem sei o que dizer: Pô, cara, valeu, disse ele com aquele sotaque carioca, aí pensei, meu Deus, sim é ele, o cara do Quem Sabe, uma das musicas que mais externa o que acontece comigo, nem sabia como reagir. Quase perguntei pra ele: Anna Julia te incomoda? Claro que não faria essa maldade. Subi um degrau e estiquei a mão para o Barba, naquele momento era muito difícil, mas fiz tudo pra não chorar na frente deles, rsrs. Mais uma esticada de braço me levou ao Bruno, que mesmo com sua famosa timidez, que foi visível nesse encontro, foi simpaticíssimo, abrindo um “sorrizão” ao agradecer. Quando terminei, no momento exato, o cara lá do palco disse: - Los Hermanoooos, e eles levantaram e saíram, eu claro, acompanhei até o palco, acho que alguém deve até ter pensando que eu era alguém da banda, rsrs.

Na deixa, seguindo-os, fui parar lá no palco, de onde assisti o show inteiro, a primeira musica foi Pois é, eu tava até com medo, pois o Matanza, que toca countrycore, tinha feito um show de peso total, com aquelas musicas que só falam de inferno e mais a baixo, onde é muito típico o publico “beber e brigar”, depois Los Hermanos, com sua calmaria, pensei logo, todo mundo vai embora. E quando ele entraram, tocando Pois é, aí eu pensei, olha a musica que eles vão começar, pensei que só eu gostasse dela, mais lenta que isso só Fez-se Mar mesmo, mas eu estava errado, nos primeiros acordes da musica, deram-se gritos de loucura, e a musica foi entoada numa só voz, em uníssono. Lindo demais para um fanático como eu, que deliciei tudo isso de um lugar privilegiado. O show foi perfeito, confesso que quase fui as lágrimas em Casa Pré-fabricada e De Onde Vem a Calma, quando começou Quem Sabe, quase o teatro caiu, na parte em que os músicos param e o Amarante canta quem sabe o que é ter e perder alguém, ele simplesmente se calou, sendo levado pela delirante galera, que cantou a fio, muito bonito de ser ver.

Segundos depois, um carinha sobe no palco e tenta abraçá-lo, sendo tirado ferozmente pelo segurança, não adiantou nada, imagino eu, em contrapartida o Amarante se joga na galera, faz um lindo “mosh”. Pra mim e para alguns, é como se ele dissesse, ao segurança, não precisa tirar os caras de perto, eu sou deles. Ele foi sugado, camisa rasgada, cabelo puxado, microfone quebrado, depois, lá atrás ele ainda disse que achava que tinha pisado em alguém. Depois de tudo, vi que valeu a pena, são momentos que nunca vou esquecer, a materialização de um sonho. Daqui a alguns anos, quando meus netos estiverem ouvindo e “pirando” com eles, eu direi, sim conheço, um dia fomos amigos, claro, sei, eles não irão acreditar. Mais o que importa? Ta aqui a foto.



Dewis Caldas
dewismaycon@hotmail.com
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