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quinta-feira, dezembro 21, 2006

Um quase entrevista com o Vanguart

Por Dewis Caldas
dewismaycon@hotmail.com

Ainda não nos conhecíamos pessoalmente, até aquele momento apenas nos falávamos por e-mails e telefone, marcamos a entrevista numa noite de sábado, que seria um pouco antes do show do Ebinho Cardoso que aconteceria ali perto. De longe, quando cheguei ao local especificado, vi um cara com uma certa estranheza, num bar sujo postando uma cerveja na mesa de plástico e um copo na mão, andei um pouco à frente, ainda de longe, ele me viu e levantou a mão, como que se me conhecesse: - Iaê, cara, beleza, eu disse, ele respondeu com as mesmas saudações que as minhas olhando pra minha camisa, onde era pintado um certo cantor folk americano chamado Bob Dylan, ele já perguntou se eu estava usando a camisa por ele gostar do cantor, tomei um susto, encolhi, falei que não, tentei convencê-lo de que era apenas uma influência de um pretenso jornalista.

Sentamos e começamos uma pequena conversa sobre qualquer assunto, perguntas vagas que só serviram para quebrar as formalidades que ainda existiam. Disse a ele como seria a entrevista, tirei o gravador do bolso, coloquei na mesa, e logo depois, na sua perna, em função da musica alta que rolava no bar. A musica não era as das melhores, das vezes que me lembro, ouvi a voz do Marrone, que faz par sertanejo com o Bruno, nada contra o ritmo! Já criando o clima da entrevista, comecei com perguntas básicas, indagando-o sobre como foi e porque a idéia de uma banda folk em Cuiabá, pelo faot de não ser comum, ele me olha espantando e diz: - cara, é uma coisa de momento, se fosse hoje, por exemplo, eu não sei de faria! Na hora pensei, como assim? O que eu iria perguntar mais? Mas ele continuou: - mas há cinco anos isso fazia muito sentido pra mim, e não era uma banda, então, eu não esperava que chegasse às proporções de hoje, justamente por que nunca foi uma banda de verdade, e que tocava folk em Cuiabá. Continuei perguntando sobre a aceitação do publico cuiabano, como foi até alguém gostar do show, pois sabe-se que folk não é um tipo de musica que um cara de 15 anos escuta em casa? Cara, passamos um ano aqui e foi bem estranho, respondeu e continuou, a gente tocava em festas com oito bandas, e todo mundo de metal, rock e tudo mais, quando entrávamos era aquela coisa bizarra, até por que nós ainda tocávamos sentados, hoje a gente é até meio rock, (meio, não muito) mas na época não era nada rock, foi mais na coragem, com a cara mesmo. Tinha gente que gostava, que falava bem, mas a gente já foi até ameaçado, muitas vezes, o cara vinha e dizia: - põe peso nessa porra, viraram a caixa uma vez, mas não foi suficiente pra tirar nosso fôlego. E quando a banda sentiu que ia dar certo? Eu nunca achei que fosse chegar ao publico de verdade, mas no Grito Rock de 2005, (nossa, parece que faz muito tempo), a gente ganhou o festival pelo voto popular, aí eu comecei a desconfiar e “oh”, fez ele uma cara estranha, vimos que podia dar certo, lembrava.

A essa altura, a entrevista já estava solta e já nos sentíamos a vontade, novas cervejas estavam na mesa, já existia um ar de velhos conhecidos. Antes da entrevista, escutei algumas musicas do Helio sem banda, quando ele ainda andava com um violão de baixo do braço pelo bairro, por festas. Perguntei sobre a vida sem muitos ensaios, de como é tocar o que gosta e sempre sozinho, ele diz que antes do Vanguart, tinha outra banda, só que achava a maior besteira, “pensei até em desistir da musica por que era uma galera que não tava no mesmo clima que eu, e que não queria tocar as mesmas coisas e isso desanima muito, e deve ser por isso que as bandas acabam” disse. Então decidi ficar sozinho, justamente pra não “caguetar” ninguém, era um saco mesmo, ter que marcar ensaio, sozinho eu não precisava ensaiar, era só compor minhas musicas e gravar sozinho em casa, falava.

Mesmo com toda essa aversão à ter uma banda, pensei como então ele formou uma, como foi o processo de se acostumar a tocar com eles, como um foi se chegando ao outro, ele quis me contar a historia desde o começo, disse que o computador dele não tava mais gravando, então ligou pro Reginaldo, que já era velho amigo das antigas, e pediu: - Cara, posso gravar meu disco aí? Ele aceitou e produziu comigo, gravou bateria em duas musicas e ficou palpitando, fez toda a coisa burocrática, mais ainda não era uma banda era só alguém dando uns toques, aí foi dando certo, um certo dia eu liguei pra ele novamente pra fazer um som falando: Vamos tocar junto ali!! Só pra tocar mesmo, porém a relação que criamos foi tão boa que me fez voltar a acreditar que uma banda poderia ser legal, e deu certo. Os outros vieram depois e, engraçado, o Reginaldo foi o último a entrar oficialmente, que foi depois da saída do Julio, o nosso primeiro baixista. Depois que formamos a banda, tive que me adaptar mais uma vez, pois meninos são muito bons musicalmente, e eu sou tosco, aí eu comecei a passar vergonha, eu não sabia afinar, por exemplo, no meio do show se o violão desafinasse, eu tinha que chamar o David e ele afinava, aí eu resolvi, comprei um afinador, hoje eu já sei afinar, mas isso é só um exemplo. Eu nunca estudei musica, e acho que nem vou estudar, mas querendo ou não, tocando 2 anos seguidos com uma banda boa a gente aprende muito, ainda mais eles que já sabem muito. O Douglas é macaco velho, o Reginaldo e o David estudaram um pouco e o Lazza é muito intuitivo, ele toca tudo, tanto é que essa é a primeira banda que ele toca teclado, ele se propôs à aprender, se aperfeiçoou e ta até hoje segurando.

A partir daí a entrevista já estava no supra-sumo, na história o Vanguart já ficava bem conhecido aqui em Cuiabá, e também em outros Estados, numa dessas viagens, em passagem por São Paulo, foram encontrados pelo pessoal da MTV, no qual resultou na apresentação no programa MTV Banda Antes, e depois, na Tour do Banda Antes, quando perguntei sobre, ele deu um pulo: - Caaara, foi surreal o negócio, quando a gente voltou de São Paulo, o produtor chamou a gente pra tocar na festa da Tour, depois soubemos que não teria mais a festa, a gente ficou maior “deprê”, mas aceitamos tocar na festa. Na hora do show, já no dia da tal festa, o Daniel Beleza, me chamou e disse: A galera da MTV ta toda aí!! Como se ele me dissesse, faz um “showzão”, aí eu falei, beleza! O show foi uma droga, totalmente tosco, muito ruim, arrebentou corda, o palco desligava os instrumentos, o som do teclado e do violão sumia de repente, tem uma parte que no meio da musica o Lazza percebe que o teclado ta desligado, levanta e vai até o outro lado do palco e aperta o botão “ligar”. Totalmente bizarro! Quando acabou, assim que desci do palco veio um produtor e uma mina da MTV falar comigo dizendo pra gente gravar já no sábado (era segunda) aí eu falei: - Ôh louco!! Vocês vão ta aí? Ela me perguntou, eu falei vamos, vamos, claro. Então gravamos o estúdio, isso era março, a turnê só rolou em julho.

Nesse momento o Helio já puxava toda a sua memória, continue perguntando sobre a turnê, sobre ficar famoso, sobre os “fãns” que ia falar com ele, pessoas até mesmo distantes, que moravam em Estados longínquos, ele diz que não acontece muito esse negócio de ficar famoso no meio independente, é bem relativo, dá um pouco de espanto, mas é aquela coisas, só acredito no semáforo é uma frase que todo show vai ter, vai tocar lá em “piraporinha”, isso por causa da internet, se não fosse ela, não rolaria, mas alguns show mais que outros, é normal a gente ouvir, mas a gente chegou em lugares que tem muitas pessoas cantando, tem uma gravação no Youtube que é bizarra, não dá pra ouvir a banda, gravaram no meio do publico e só escuta o pessoal cantando. As pessoas vêm falar comigo, pela proximidade, é normal, mas a essência da banda não mudou com isso, mesmo com esse ano de correria, em que muita coisa mudou. Logo, perguntei sobre a sonoridade, no que mudaria, de como esse amadurecimento, de tantos shows e regiões diferentes mudavam o tipo de musica que eles tocavam, ele respondeu na lata que, embora não tenham muito tempo pra compor, estão amadurecendo muito, mas depois do CD, vão se aventurar numa nova sonoridade, se reinventar, falei até sobre as várias mudanças do Dylan, e ele dispara: - Ele mudou até pouco (risos)

Depois então de algum “sucesso”, daí para passos mais largos não seria muito distante, a conversa se prolongava e chegamos na idéia do clip. Um dia ele estava na casa dele, quando o Paulinho Caruso ligou e falou: iai, eu sou o Paulinho Caruso, então eu falei, iai? Ele explicou a idéia toda, queria fazer o clip da musica My Last Days of Romance, mas eu falei que era melhor fazer de uma cantada em português, ele disse que escutou Semáforo e que poderia ser ele, falei que era melhor com a musica cachaça, mandei pra ele e achou mais cinematográfica, daí então vieram os tramites, rolou um apoio da prefeitura, a gente finalizou com orçamento de 4 mil, meio irrisório até, ainda mais que passou depois pra película. A galera que trabalhou nele era muito boa, e todo mundo trabalhou de graça, esse preço foi mais pra equipamento mesmo. Estamos programando pra fazer Semáforo pro ano que vem, talvez comece a gravar em março, não sei, e espero que a gente consiga fazer aqui no estado, que é mais caro mas é em casa, seria na estrada de chapada.

No dia anterior ao da entrevista, a banda havia finalizado o primeiro CD, que tem previsão para sair em março, e que ainda não tem nome definido. No disco comportará 14 músicas, que incluem quatro inéditas em português, sete em inglês, e uma em Espanhol, além de alguns singles como Semáforo e Cachaça. “Estamos vendo a proposta de alguns selos, por isso a demora, mas se não fosse isso, seria mais rápido o lançamento, espero que fique bom, aí depois a gente vai poder fazer uma turnê, construir shows mais profissionais”, finalizou Nesse momento, já estávamos nos finalmente, então encerramos, pra chegar a tempo do show mineiríssimo do baixista cuiabano, um som instrumental que arranca elogios dos grandes mestres brasileiros da musica. Quando voltamos ainda rolou uma carona, e o que não faltou, é claro, foi assunto.


*Quem quiser o áudio da entevista, mande um e-mail para dewismaycon@hotmail.com

Vanguart in "Cuiabana"



Opa Galera, amanhã e sábado têm as duas ultimas apresentações do Vanguart em Cuiabá, lá no Clube Feminino, com a participação da banda Psiconautas. O Show faz parte da tour Cachaça, e ainda marca o termino das gravações do primeiro CD. Vamos lá...

Onde: Clube Feminino

Quando: Sexta e sábado

Horas: 20:00 hs

Quanto: R$ 5

Dewis Caldas

dewismaycon@hotmail.com

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